quinta-feira, junho 26, 2008


Cépticos q.b.!

Déjà vu, coincidência, magico, místico, paranormal, profecias... Palavras que, no inicio de qualquer texto no planeta despertam comentários apaixonados de crentes e cépticos.

Pois eu sou um céptico crente. Sim, existem cépticos crentes, i.e. "ver" para crer. Não se deve ser fechado ao ponto de descartar todas as possibilidades não provadas cientificamente, nem inocente em demasia, acreditando que tudo é possível.

Os meios termos são sempre os mais isentos, livres de fanatismos ou posições rígidas quanto a assuntos que muitas vezes ultrapassam a nossa frágil e infantil mente humana.

Para dar um bom exemplo temos o famoso Carl Sagan, que passo a citar:

"The idea that God is an oversized white male with a flowing beard, who sits in the sky and tallies the fall of every sparrow is ludicrous. But if by 'God,' one means the set of physical laws that govern the universe, then clearly there is such a God. This God is emotionally unsatisfying... it does not make much sense to pray to the law of gravity."
"Extraordinary claims require extraordinary evidence."


Mas não foi o único famoso a partilhar esta visão:

Marcello Truzzi: "Extraordinary claims require extraordinary proof."

Pierre-Simon Marquis de Laplace (1749-1827), matemático e astrónomo Francês: "The weight of evidence for an extraordinary claim must be proportioned to its strangeness."

A questão principal prende-se com o facto de cada um ser livre de acreditar, se houver provas de que não é falacioso o que nos apresentam como verdadeiro. Isto leva a um conflito de ideias pois os extremos afastam-se sempre da verdadeira verdade, de que o universo que conhecemos tem muitas verdades que provavelmente nunca iremos compreender.

Alguns não precisam de provas por eles experimentadas acreditando no que lhes contam, outros que só as verdades por eles experimentadas ou provadas por cépticos seus semelhantes são verdadeiras.

A maioria da população humana já sentiu déjà vu. Para a comunidade cientifica não passa de um curto-circuito cerebral que leva a uma sensação de estranheza e reconhecimento de um facto ou acontecimento como já passado. Para outros a capacidade profética escondida em todos os humanos, ou pequenos momentos em que o tempo avança e recua imperceptibilidades ficando retida alguma informação, ou um erro da Matrix.

O déjà vu é recorrente na minha vida, assim como alguns "sonhos proféticos" em que o portão da minha antiga residência aparecia antes de ele ter existido. Não tenho explicação para o facto de interpelar o raciocino de uma pessoa com o meu quando tenha a tal sensação de déjà vu nem de conhecer caras em locais que não estive antes ou ler algo que me é familiar mas nunca poderia ter lido antes, como uma conversa via internet. Não pode ser só uma coincidência mística nem um curto circuito cerebral. Mas porque não pode ser ambas? Um curto-circuito cerebral que provoca por breves instantes um portão para a nossa mente dai a uns tempos (segundos, minutos, horas ou dias) e que retem essa informação até existir uma razão para ser recordada, o próprio acto que provoca o déjà vu. È assim tão descabido? Não compreendo a razão de ser um facto unicamente místico ou cientifico! Nenhum dos dois explica o facto de muitas vezes os pormenores desses déjà vus serem de alta relevância para provar o facto de que são verdadeiros portais no tempo, mesmo que sejam dentro do nosso cérebro.

E com isto passo para as coincidências. Qualquer cientista céptico tem a noção de coincidência como um simples acaso, como encontrar uma pessoa conhecida na rua. Mas certas coincidências parecem não pertencer ao acaso. E assim se chega à noção de destino. Este assunto até recentemente não me chamava a atenção. Não existia destino, cada um faz o seu e as coincidências eram acasos sem qualquer significado.

Quem acredita que não são simples acasos liga o destino a deuses, e futuros pré definidos e delineados para cada acontecimento no universo. Não consigo conceber na minha mente um Deus que até se lembrou de fazer aquela pessoa passar na rua aquele ano, naquele dia, aquela hora, minuto e segundo, debaixo de uma varanda no 7º andar onde uma criança brincava com uma roca e tocando num vaso o leva direitinho à cabeça do desprevenido transeunte, terminando a sua existência terrena. Consigo no entanto compreender um mundo onde cada acção tem uma reação e que essa coincidência desencadeia uma serie de eventos que sem ela não teriam acontecido. Digamos uma noção casual de destino, pois o transeunte de cabeça rachada podia ter demorado apenas o tempo suficiente com uma qualquer outra coincidência para o vaso cair a um palmo dos seus pés.

Considero que o Universo proporciona uma infinidade de futuros (destinos), mas que os seres vivos têm a capacidade para se direccionar por entre essa malha, para o bem ou para o mal, e que as coincidências fazem parte dessa direcção, como conhecer uma pessoa ou ver um filme que nos muda a vida, pois duvido que muda-se se não tivessem existido, e essa sim é uma coincidência mas não um acaso, pois dependeu de a querermos conhecer ou de ver aquele determinado filme naquela altura. Ou até algo mais simples como o meteorito que atingiu o planeta e ajudou à extinção dos dinossauros, que podia muito bem ter atingido milhares de detritos no seu caminho e desviado a sua rota ou esses mesmo detritos é que provocaram a sua já conhecida rota.

Nem todas as pessoas que conheci modificaram a minha noção de destino, mas outras sim, como o Oagit que mudou de curso exactamente na altura em que entrei para a faculdade, e se sentou a meu lado numa aula quando se podia ter sentado em outro local, mesmo sem isso afectar o facto de agora sermos bons amigos, entre outros casos. A verdade é que conhecer o Oagit deve-se a coincidências que nunca iremos compreender no seu total, a começar pela extinção dos dinossauros.

Acredito que tudo tem uma explicação lógica e cientifica mas que a lógica e a ciência apenas se baseiam na realidade visual (teórica ou factual) do universo que nos rodeia e logo é limitada ao conhecimento que temos. Não devemos fechar portas sem antes explorar todas as possibilidades que se escondem do outro lado.

E como céptico crente, já experimentei verdades que desafiam a lógica, paranormais, pois não coloquei barreiras à sua existência e pude vive-las.

Para que possamos viver em harmonia temos de dar o beneficio da duvida a todas as possibilidades. Temos a capacidade de nos orientarmos neste universo repleto de coincidências, aproveitando o que nos dão, positivamente.

Por isso deixo-vos com Carl Sagan uma vez mais, um também iluminado pela harmonia do Titau, com o texto final da série Cosmos:


"The greatest thrill for me in reliving this adventure has been, not just that we have completed the preliminary reconnaissance with spacecraft of the entire solar system and not just that we've discovered astonishing structures in the realm of galaxies, but especially that some of Cosmos's boldest dreams about this world are coming closer to reality.

Since this series maiden voyage the impossible has come to pass, mighty walls that maintained insuperable ideological differences have come tumbling down, deadly enemies have embraced and begun to work together. The imperative to cherish the earth and protect the global environment that sustains all of us has become widely accepted and we've begun, finally, the process of reducing the obscene number of weapons of mass destruction, perhaps we have, after all, decided to choose life.

But we still have light years to go to ensure that choice. Even after the summits and the ceremonies and the treaties there are still some 50,000 nuclear weapons in the world, and it would require the detonation of only a tiny fraction of them to produce a nuclear winter, the predicted global climatic catastrophe that would result from the smoke and the dust lifted into the atmosphere by burning cities and petroleum facilities.

The world scientific community has begun to sound the alarm about the grave dangers posed by depleting the protective ozone shield and by greenhouse warming, and again we're taking some mitigating steps but again those steps are too small and too slow.The discovery that such a thing as nuclear winter was really possible evolved out of the studies of Martian dust storms. The surface of Mars, fried by ultraviolet light, is also a reminder of why it's important to keep our ozone layer intact. The runaway greenhouse effect on Venus is a valuable reminder, that we must take the increasing greenhouse effect on Earth seriously.

Important lessons about our environment have come from spacecraft missions to the planets. By exploring other worlds we safeguard this one. By itself I think this fact, more than justifies the money our species has spent in sending ships to other worlds. It is our fate to live during one of the most perilous and at the same time one of the most hopeful chapters in human history.

Our science and our technology have posed us a profound question. Will we learn to use these tools with wisdom and foresight before it's too late? Will we see our species safely through this difficult passage so that our children and grandchildren will continue the great journey of discovery still deeper into the mysteries of the Cosmos?

That same rocket and nuclear and computer technology that sends our ships past the farthest known planet can also be used to destroy our global civilization.

Exactly the same technology can be used for good and for evil. It is as if there were a God who said to us - I set before you two ways; you can use your technology to destroy yourselves or to carry you to the planets and the stars. It's up to you."



2 Comments:

Blogger Oagit said...

Uau, escreveste isso no dia em q te falei do dejavue?

10:47 da manhã  
Blogger Dr. Theamat said...

Ya :D, nesse mesmo dia. :D espero ter-me explicado bem. Também tenho de comprar o livro!

8:16 da tarde  

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