domingo, abril 19, 2009


Na mão de Deus, na sua mão direita,
Descansou afinal meu coração.
Do palácio encantado da Ilusão
Desci a passo e passo a escada estreita.

Como as flores mortais, com que se enfeita
A ignorância infantil, despojo vão,
Depus do Ideal e da Paixão
A forma transitória e imperfeita.

Como criança, em lôbrega jornada,
Que a mãe leva ao colo agasalhada
E atravessa, sorrindo vagamente,

Selvas, mares, areias do deserto...
Dorme o teu sono, coração liberto,
Dorme na mão de Deus eternamente!

(Antero de Quental - Na Mão de Deus)


May God bless and keep you always,
May your wishes all come true,
May you always do for others
And let others do for you.
May you build a ladder to the stars
And climb on every rung,
May you stay forever young,
Forever young, forever young,
May you stay forever young.

May you grow up to be righteous,
May you grow up to be true,
May you always know the truth
And see the lights surrounding you.
May you always be courageous,
Stand upright and be strong,
May you stay forever young,
Forever young, forever young,
May you stay forever young.

May your hands always be busy,
May your feet always be swift,
May you have a strong foundation
When the winds of changes shift.
May your heart always be joyful,
May your song always be sung,
May you stay forever young,
Forever young, forever young,
May you stay forever young.

(Bob Dylan - Forever Young)


Citando Manuel Alegre:

Deus é maneta
diz Saramago
só tem a mão direita
à direita da qual todos se sentam.
(...)
Os poetas estão sentados à esquerda da mão esquerda
de Deus
até mesmo Antero.

terça-feira, janeiro 20, 2009

Vou dar uma curva


Nesta angustia que me aperta
luta o meu coração
tento manter a mente desperta
mas esta revela-se coberta
com um manto duvidoso rasgado de emoção

Já estou mais que na idade
para acabar a faculdade
mas dentro desta cabeça
em tanta ideia que varia
há tanta coisa que passa,
mas nada que se pareça
ou tenha a ver com a engenharia

Prometi, mas mesmo que não o fizesse
Já tinha esse alvo em mente
Só me falta maior entrega
uma que não resulte em nega.
E não é falta de interesse,
não isso não me falta, de todo completamente

Foi o interesse que me pôs assim
nesta busca pelo saber
pela elevação de mim
e para me poder conhecer

Já nem consigo dormir direito
e como se não bastasse
mesmo que a minha cabeça parasse
não para o rebate no meu peito

Entre duas a terceira é forte
levanta o meu corpo da cama
olho nos olhos a morte
pois dela já não tenho medo
e mesmo que a vida ainda me guarde segredo
para alem deste degredo, desta sociedade que não ama

Estou gasto deste fosso
Entre a ciência e a espiritualidade
Ego preso ao desapego
De guardar qualquer emprego
Sob gente sem integridade

Vou para os lados de longe
talvez, quem sabe, até ser monge
embrenhar-me num caminho
em curva para o desconhecido
estar no tempo em remoinho
e achar-me la perdido

segunda-feira, dezembro 29, 2008

à propos d'aujourd'hui

efémeras as palavras, comedidas as ideias e imortais acções.
das palavras às ideias e das ideias às acções.

gosto de pensar que o que escrevo move almas e viverá eternamente.
mesmo mesmo.
até sob pena de eu morrer e ainda ecoarem as minhas palavras por esses ouvidos dessas pessoas.
sendo assim tomo por meu o direito de agradecer a quem me inspira intemporal mente para a escrita.
um obrigado grande, muito.

as vezes duvido.
penso que é como o tempo de antena dos partidos: as letras defendem a ideia, formando palavras.
ficam um bocado parvas arranjadas de maneira a fazer algum sentido.
têm sorte, não estão no intervalo entre a novela e o telejornal, mas sim para toda a eternidade, ou o tempo que este blog durar.
não faz sentido.
se as palavras são efémeras...

então vamos às ideias.
altruístas somos.
defender ideias que são eternas, mas se nós somos efémeros como as palavras...
estou confuso.

é do tempo, é natal.
crise de sentimentos bons que até faz-me sentir mal.

mentira.
estamos entre o natal e o ano novo, de onde sai miscelânea de tudo o que andamos a compilar durante o ano inteiro.
tempo de pouca produtividade no que quer que seja.
depois dos sentimentos bons, volta-se à normalidade.
não é normalidade, é outra crise de sentimentos, desta vez relacionado com o que passou.

vamos entrar no novo ano, e que fica?
promessas, palavras, ideias e acções.
de reter: as acções são imortais.

Mundo dos Sonhos - Em Dois Actos - I






Mundo dos Sonhos - Em Dois Actos - I


SONHO - do Lat. 
somniu
s. m.,
conjunto de ideias e imagens mais ou menos confusas e disparatadas, que se apresentam ao espírito durante o sono;
utopia;
ficção;
fantasia;
visão;
aspiração;

Culin.,

(no pl. ) bolos muito fofos de farinha e ovos, fritos em azeite e passados em calda de açúcar.

Nesta época festiva, seja Yule, Natal, Hunicka ou outra, dei por mim a contemplar um sonho (culinário). Antes de o devorar, contemplei-o, doce, apetecível, degustando mentalmente as texturas, o sabor e as cores. Seria apenas mais um doce no meio de tantos outros mas, como me é característico, contemplei-o um pouco mais que o normal, antes de o provar, divagando. O desejo de o comer acalentou outros pensamentos. O desejo constrói o sonho, o desejo de o alcançar e degustar. E este sonho não era diferente. Queria fazê-lo desaparecer, torna-lo real. E olhando a bandeja de sonhos, de esguelha, deparei-me com o dilema da gula.

Sonhar faz parte da vida de todos nós. Sonhando mantemos a nossa sanidade, alimentamos esperanças, eliminamos obstáculos, mantemos-nos sãos num mundo tão longe do sonho.
Todos temos sonhos e sonhamos. Esta ambiguidade da palavra deriva do facto de se revelar ao nível do imaginário, seja aplicado à realidade ou enquanto dormimos. Tentei avaliar o sentido da palavra, enquanto contemplava o pequeno trambolho frito na minha mão, coberto de açúcar e promessa de prazer ao consumi-lo.

O sonho, o de ter um qualquer bem material desejado, de alcançar uma realização pessoal, profissional, amorosa, académica, etc. é aquele que nos move. Já todos sonhámos acordados, sobre o que poderia ter sido, sobre o que poderá ser, estabelecendo limites e caminhos para um futuro melhor, colocando no mundo dos sonhos metas para se poder avançar. Sonhar acordado é algo banal, é uma forma de perspectivar o futuro, para se assegurar o presente. É doce, imaginar o que consideramos bom e tentar alcança-lo, para podermos saborear.

Dei-me conta que é nisso que se baseia o sonho, no prazer. E que é desse prazer futuro que deriva o nosso sucesso como espécie. Mas também a nossa maior fraqueza.

Como no post anterior, o protagonista sofre com facto do sonho lhe retirar a capacidade de acção, e o agir estar condicionado ao sonho, recolhendo-se na recordação para equilibrar ambos. Esse é o cerne do Homem. O conflito eterno, entre o sonho e a acção para o alcançar, de avançar, apoiado nas recordações do passado.

Mas avançar para onde? Simples resposta: para avançar para lado nenhum. Não interpretem como uma frase derrotista, pelo contrário. Nós (Homo Sapiens sapiens) temos o sonho maior que o das outras espécies que transcende a sobrevivência e o alcançar do conforto mínimo. Somos diferentes porque sonhamos em ter mais. Até aqui tudo bem, pois o conhecimento que adquirimos ajuda-nos a perpetuar a espécie, e a tornar o mundo mais acolhedor para os nossos. Em teoria não está incorrecto.

Mas algures pelo meio, perdemos-nos. Perdemos a capacidade de avaliar o todo, concentrado-nos no particular, no prazer próprio. É ai que a acção tropeça no sonho. Quando agimos, deveríamos ter em consideração os que nos rodeiam assim como a nós próprios. Mas tal começa a se tornar raro. Atropela-se o próximo para se alcançar o sonho, adia-se o sonho de outro para que o o nosso se torne real. Bem sei que não é assim para todos, mas quando se tornou comum este agir em função do sonho pessoal, houve barreiras que deixaram de se tornar taboos. Compreendo que aspirar a mais é normal mas não quando limita as aspirações dos que nos rodeiam.

É quando o sonho se torna egoísta que as coisas correm mal. Quando se olha para um sonho, açucarado, ao alcance, e se deseja a bandeja inteira. Quando o prazer se egotiza, num egoísmo cego, com uma gula que ultrapassa os próprios limites do sonho que temos à nossa frente. Quando a acção se estende, para aproximar o sonho, sem olhar a meios.

A nossa inteligência, incomparável no nosso planeta, de que tanto nos orgulhamos e gabamos, foi consumida pelo estilo de vida que pretendemos levar, individualista, elitista, romano. Havendo para todos, apenas alguns usufruem dos meios para alcançar os seus sonhos.

Temos que nos recordar que, por sermos inteligentes, não podemos ficar com a bandeja de sonhos, porque todos nós queremos um pouco desse doce. Estamos todos ligados e se entrarmos num ciclo em que se tira o sonho do próximo para o nosso ser possível, estamos condenados à extinção, porque com certeza, tentarão fazer o mesmo uns aos outros até não restar mais nenhum sonho.

O Titau, um sonho ideal de fraternidade, de sonho colectivo, ainda está ao alcance se o modo de vida que tentamos preservar se alterar apenas um pouco... de cada vez. Temos de nos re-educar, de partilhar os sonhos para que todos possam alcançar os seus individualmente e ajudar os outros ao mesmo. Não seria mais rápido, indolor e saboroso? Em vez de se lutar pela bandeja de sonhos, passa-la de mão em mão? Todos estamos ligados ao que nos rodeia, e apenas partilhando e preservando poderemos consumir o que necessitamos. Ao partilhar, todos podemos ter o que sonhamos. Pois todos estamos dependentes do sonho, e dos que nos rodeiam.

Titau, o sonho não tão utópico mas que alguns teimam em afastar, por egoísmo, porque querem controlar os sonhos dos outros, impedi-los de sentir o doce que eles próprios sentem. O ritmo do Titau não se adultera. É infinito, é constante, é o sonho dos sonhos, é tudo. E só alcançamos o tudo em conjunto!

O Titau é Tudo, e Tudo é o Titau.

E quem nega esta verdade, condiciona-nos todos á sua vontade e sonho egoísta.

Partilhem o vosso sonho. Partilhem, para que os pesadelos de alguns deixem de existir. E só se partilha sonhos agindo.

Olhando para a bandeja, provei o meu sonho, e quando terminei, peguei na bandeja e coloquei-a a meio da mesa, para que todos os que me rodeavam tivessem acesso ao doce que saboreei. Partilhei a alegria de outros, dos seus sonhos, do seu prazer. O Titau, ritmado, bateu no meu peito ao ritmo das pulsações e pensei, "E se tivesse pegado num coscorão?!?"

Boas Festas e que os vossos sonhos se aproximem da realidade neste Ano Novo, pois assim, o meu também estará mais perto.


quinta-feira, agosto 28, 2008




"Tenho que escolher o que detesto - ou o sonho, que a minha inteligência odeia, ou a acção, que a minha sensibilidade repugna; ou a acção, para que não nasci, ou o sonho, para que ninguém nasceu.

Resulta que, como detesto ambos, não escolho nenhum; mas, como hei--de, em certa ocasião, ou sonhar ou agir, misturo uma coisa com outra."


Realidade que entorpece, desde segundos a minutos, somados dão horas viajando pelas ideias da congeladas, guardadas logo depois de serem recolhidas na realidade que é áspera e partilhada.

A capacidade de se alhear guardando o que interessa, as expressões, as ideias feitas de sons e fotografias mentais, recordadas quando de leve são chamadas por outros ritrattos expatriados, fazem a razão do entorpecimento da minha alma.

Expirado me sinto quando sou invadido pela voragem desses ritrattos.

Não é essa a ideia? Não há consenso sobre a assimilação da realidade e da vida, a subjectivação da mesma é a identidade de cada um. Por isso inspirado quando os guardo, expirado quando os recordo, os meus ritrattos.

terça-feira, agosto 12, 2008

Why comply

Whose god is this
the one I see
I see lying on the floor

Whose dream is this
the one I see
I see left behind the door

Whose love is this
that's so hard to see
'cause there is hardly any more

Disbelief, Disregard, eager politics
Money, money and war

It's for our countries, you say
It's for our own lifes
It's for our children
and everyone complies

It's for your pockets, I say
It's for your big cars
for your stocks
you feed us all with lies

Why comply, why comply
it's for your pockets
There's so much lack of love in this world

Why comply, why comply
eager politics
We are destroying this world

Why comply, why comply
disbelief
Will god save this world

Why comply, why comply
disregard
There's too much pollution in this world

Why comply, why comply
keep on dreaming
we can still save this world

Why comply, why comply
will you join the revolution
We have to save this world



Guimas

quinta-feira, junho 26, 2008


Cépticos q.b.!

Déjà vu, coincidência, magico, místico, paranormal, profecias... Palavras que, no inicio de qualquer texto no planeta despertam comentários apaixonados de crentes e cépticos.

Pois eu sou um céptico crente. Sim, existem cépticos crentes, i.e. "ver" para crer. Não se deve ser fechado ao ponto de descartar todas as possibilidades não provadas cientificamente, nem inocente em demasia, acreditando que tudo é possível.

Os meios termos são sempre os mais isentos, livres de fanatismos ou posições rígidas quanto a assuntos que muitas vezes ultrapassam a nossa frágil e infantil mente humana.

Para dar um bom exemplo temos o famoso Carl Sagan, que passo a citar:

"The idea that God is an oversized white male with a flowing beard, who sits in the sky and tallies the fall of every sparrow is ludicrous. But if by 'God,' one means the set of physical laws that govern the universe, then clearly there is such a God. This God is emotionally unsatisfying... it does not make much sense to pray to the law of gravity."
"Extraordinary claims require extraordinary evidence."


Mas não foi o único famoso a partilhar esta visão:

Marcello Truzzi: "Extraordinary claims require extraordinary proof."

Pierre-Simon Marquis de Laplace (1749-1827), matemático e astrónomo Francês: "The weight of evidence for an extraordinary claim must be proportioned to its strangeness."

A questão principal prende-se com o facto de cada um ser livre de acreditar, se houver provas de que não é falacioso o que nos apresentam como verdadeiro. Isto leva a um conflito de ideias pois os extremos afastam-se sempre da verdadeira verdade, de que o universo que conhecemos tem muitas verdades que provavelmente nunca iremos compreender.

Alguns não precisam de provas por eles experimentadas acreditando no que lhes contam, outros que só as verdades por eles experimentadas ou provadas por cépticos seus semelhantes são verdadeiras.

A maioria da população humana já sentiu déjà vu. Para a comunidade cientifica não passa de um curto-circuito cerebral que leva a uma sensação de estranheza e reconhecimento de um facto ou acontecimento como já passado. Para outros a capacidade profética escondida em todos os humanos, ou pequenos momentos em que o tempo avança e recua imperceptibilidades ficando retida alguma informação, ou um erro da Matrix.

O déjà vu é recorrente na minha vida, assim como alguns "sonhos proféticos" em que o portão da minha antiga residência aparecia antes de ele ter existido. Não tenho explicação para o facto de interpelar o raciocino de uma pessoa com o meu quando tenha a tal sensação de déjà vu nem de conhecer caras em locais que não estive antes ou ler algo que me é familiar mas nunca poderia ter lido antes, como uma conversa via internet. Não pode ser só uma coincidência mística nem um curto circuito cerebral. Mas porque não pode ser ambas? Um curto-circuito cerebral que provoca por breves instantes um portão para a nossa mente dai a uns tempos (segundos, minutos, horas ou dias) e que retem essa informação até existir uma razão para ser recordada, o próprio acto que provoca o déjà vu. È assim tão descabido? Não compreendo a razão de ser um facto unicamente místico ou cientifico! Nenhum dos dois explica o facto de muitas vezes os pormenores desses déjà vus serem de alta relevância para provar o facto de que são verdadeiros portais no tempo, mesmo que sejam dentro do nosso cérebro.

E com isto passo para as coincidências. Qualquer cientista céptico tem a noção de coincidência como um simples acaso, como encontrar uma pessoa conhecida na rua. Mas certas coincidências parecem não pertencer ao acaso. E assim se chega à noção de destino. Este assunto até recentemente não me chamava a atenção. Não existia destino, cada um faz o seu e as coincidências eram acasos sem qualquer significado.

Quem acredita que não são simples acasos liga o destino a deuses, e futuros pré definidos e delineados para cada acontecimento no universo. Não consigo conceber na minha mente um Deus que até se lembrou de fazer aquela pessoa passar na rua aquele ano, naquele dia, aquela hora, minuto e segundo, debaixo de uma varanda no 7º andar onde uma criança brincava com uma roca e tocando num vaso o leva direitinho à cabeça do desprevenido transeunte, terminando a sua existência terrena. Consigo no entanto compreender um mundo onde cada acção tem uma reação e que essa coincidência desencadeia uma serie de eventos que sem ela não teriam acontecido. Digamos uma noção casual de destino, pois o transeunte de cabeça rachada podia ter demorado apenas o tempo suficiente com uma qualquer outra coincidência para o vaso cair a um palmo dos seus pés.

Considero que o Universo proporciona uma infinidade de futuros (destinos), mas que os seres vivos têm a capacidade para se direccionar por entre essa malha, para o bem ou para o mal, e que as coincidências fazem parte dessa direcção, como conhecer uma pessoa ou ver um filme que nos muda a vida, pois duvido que muda-se se não tivessem existido, e essa sim é uma coincidência mas não um acaso, pois dependeu de a querermos conhecer ou de ver aquele determinado filme naquela altura. Ou até algo mais simples como o meteorito que atingiu o planeta e ajudou à extinção dos dinossauros, que podia muito bem ter atingido milhares de detritos no seu caminho e desviado a sua rota ou esses mesmo detritos é que provocaram a sua já conhecida rota.

Nem todas as pessoas que conheci modificaram a minha noção de destino, mas outras sim, como o Oagit que mudou de curso exactamente na altura em que entrei para a faculdade, e se sentou a meu lado numa aula quando se podia ter sentado em outro local, mesmo sem isso afectar o facto de agora sermos bons amigos, entre outros casos. A verdade é que conhecer o Oagit deve-se a coincidências que nunca iremos compreender no seu total, a começar pela extinção dos dinossauros.

Acredito que tudo tem uma explicação lógica e cientifica mas que a lógica e a ciência apenas se baseiam na realidade visual (teórica ou factual) do universo que nos rodeia e logo é limitada ao conhecimento que temos. Não devemos fechar portas sem antes explorar todas as possibilidades que se escondem do outro lado.

E como céptico crente, já experimentei verdades que desafiam a lógica, paranormais, pois não coloquei barreiras à sua existência e pude vive-las.

Para que possamos viver em harmonia temos de dar o beneficio da duvida a todas as possibilidades. Temos a capacidade de nos orientarmos neste universo repleto de coincidências, aproveitando o que nos dão, positivamente.

Por isso deixo-vos com Carl Sagan uma vez mais, um também iluminado pela harmonia do Titau, com o texto final da série Cosmos:


"The greatest thrill for me in reliving this adventure has been, not just that we have completed the preliminary reconnaissance with spacecraft of the entire solar system and not just that we've discovered astonishing structures in the realm of galaxies, but especially that some of Cosmos's boldest dreams about this world are coming closer to reality.

Since this series maiden voyage the impossible has come to pass, mighty walls that maintained insuperable ideological differences have come tumbling down, deadly enemies have embraced and begun to work together. The imperative to cherish the earth and protect the global environment that sustains all of us has become widely accepted and we've begun, finally, the process of reducing the obscene number of weapons of mass destruction, perhaps we have, after all, decided to choose life.

But we still have light years to go to ensure that choice. Even after the summits and the ceremonies and the treaties there are still some 50,000 nuclear weapons in the world, and it would require the detonation of only a tiny fraction of them to produce a nuclear winter, the predicted global climatic catastrophe that would result from the smoke and the dust lifted into the atmosphere by burning cities and petroleum facilities.

The world scientific community has begun to sound the alarm about the grave dangers posed by depleting the protective ozone shield and by greenhouse warming, and again we're taking some mitigating steps but again those steps are too small and too slow.The discovery that such a thing as nuclear winter was really possible evolved out of the studies of Martian dust storms. The surface of Mars, fried by ultraviolet light, is also a reminder of why it's important to keep our ozone layer intact. The runaway greenhouse effect on Venus is a valuable reminder, that we must take the increasing greenhouse effect on Earth seriously.

Important lessons about our environment have come from spacecraft missions to the planets. By exploring other worlds we safeguard this one. By itself I think this fact, more than justifies the money our species has spent in sending ships to other worlds. It is our fate to live during one of the most perilous and at the same time one of the most hopeful chapters in human history.

Our science and our technology have posed us a profound question. Will we learn to use these tools with wisdom and foresight before it's too late? Will we see our species safely through this difficult passage so that our children and grandchildren will continue the great journey of discovery still deeper into the mysteries of the Cosmos?

That same rocket and nuclear and computer technology that sends our ships past the farthest known planet can also be used to destroy our global civilization.

Exactly the same technology can be used for good and for evil. It is as if there were a God who said to us - I set before you two ways; you can use your technology to destroy yourselves or to carry you to the planets and the stars. It's up to you."



segunda-feira, junho 16, 2008

Paths of victory




Depois do brainstorm da galp em volta da selecção e desta musica há alguns pontos a focar:

(i) Ainda bem que não é a nelly furtado, outra vez, com a miséria da força;
(ii) Andam a lavar cérebros com o dylan;
(iii) Antes lavar o cérebro com o dylan do que com a nelinha;
(iv) "ambição é uma energia positiva", registe-se que é avassaladora comparativamente a: "combustíveis voltam a subir";
(v) acho que a musica tem uma dimensão muito maior do que a febre de nacionalidade temporária a que se resume as participações da selecção em fases finais de competições.

"Trails of troubles,
Roads of battles,
Paths of victory,
We shall walk."

Isto não é a força da ambição.

Certo e sabido que ambição está directamente relacionada com o sucesso, ou pelo menos por ai diz-se que sim. A ideia de sucesso é sustentada por objectivos bem definidos; a ambição é criar o seu próprio caminho na vida, e tentar chegar lá. Sem ambição, acomodamo-nos. É preciso testar os limites, sair da zona de confronto, arriscar. Querer mais e melhor.
Mas não é isso que o dylan canta. O dylan canta no plural, canta uma ambição sustentada por outra força que ajuda quando ha dificuldades, quando ha a vontade de se acomodar e deixar que os outros trilhem o nosso caminho. Uma outra força que evita que a ambição mostre o seu lado negro, a obcessão.
Dylan canta a ambição e canta o amor.



quarta-feira, junho 11, 2008

O Amor



O Amor

O Amor não é apenas um sentimento.
O Amor é uma forma de estar, o Amor projecta-se como se fosse radiação.
Não devemos cingir o amor a uma pessoa, não devemos sequer cingi-lo a pessoas.

O Amor é uma energia que brota de uma entidade que forma tudo aquilo que somos, que conhecemos, que vemos e mesmo aquilo que está para alem da nossa capacidade de ver, a Natureza.

O que acontece quando dizemos que sentimos Amor, é uma forte ligação à energia, isto acontece porque ao projectar amor aumentamos a nossa capacidade de o receber, o sentimento de força, felicidade, a vibração estranha no corpo a que chamamos borboletas no estomago resulta da acumulação dessa energia que de certa forma nos alimenta.

Assim as pessoas de quem gostamos mais, recebem uma maior quantidade de amor por estarem mais proximas e quanto mais proximos estivermos do contacto directo com uma fonte Natural maior é o fluxo e energia disponivel.

Acontece que o ser Humano, ou perdeu essa capacidade de amar ou ainda não a domina de forma correcta, rapidamente esgota a sua energia e a falta desse Amor gera o sentimento de vazio. Então procura preencher esse vazio com pequenos prazeres materiais,. A nossa falta de visão, a fraca noção de escala associada à falta de energia faz-nos crer que esses pequenos prazeres tem de facto muita importancia, mas o que é facto é que nunca nos satisfazem por completo, daí a interminavel demanda por mais.

A certo ponto percebemos que o mais proximo que conseguimos ficar do sentimento de plenitude é através do poder, o controlo sobre os restantes. A alternativa a receber o amor, ou a energia, é sugá-la das outras pessoas. Dedicamos, então, a nossa vida a encontrar uma forma mais ou menos eficaz de combater ser-mos controlados e ganhar poder sobre quem for possivel, quer seja inconscientemente ou mesmo com a melhor das intenções.
Com esta cegueira entramos em conflito e gradualmente vamos destruindo a nossa verdadeira fonte de energia mais proxima, pois é dela que tiramos os recursos para criar todos os pequenos prazeres e é ela que sofre sempre que de um conflito resta a destruição.

Se houvesse uma consciencialização geral da importancia que a Natureza e o Amor têm e se todos nós conseguissemos projectar o nosso amor, a tendencia seria a de dar e receber cada vez mais energia. Cada vez mais Amar com mais intensidade.
Talvez seja apenas preciso encontrar a forma correcta de Amar, muitas pessoas ja conseguiram, algumas todos nós conhecemos ou ja ouvimos falar, foram mesmo associadas a religiões e talvez seja essa a prova que ainda não compreendemos a sua mensagem.

Não basta achar bonito nem ficar só pela vontade é preciso mesmo procurar, começar pelo mais simples e progredir. A nossa fonte está em perigo e todos os dias caminhamos para a sua deteorização, ainda assim é uma fonte interminavel de energia disponivel para nos alimentar e talvez a de mais facil acesso.
Temos que ligar a ficha à tomada e iniciar o ciclo ou corremos o risco de acabar com o Amor e nunca encontrar o motivo da nossa existencia.

Isto lembra algo. Profecia Celestina. Dream On

sábado, abril 19, 2008

Drought Brown


Drought Brown

The life of our species
is a matter of survival.
What i see throughout the world
is people rushing and pushing, all
With a sleep mask towards the end.

This hurry, this hasting of crowds
the fight, the claim, the urge
to get one self before another
Like child overcome killing the Mother


Wasted life and wasted ground
the land we take, the Stake is fake
the very life that supports us
held and broke into a million pieces

Tasteless reality so greatly built
gray grove and hollow
teach the new born kid
expectations fulfilled, rush up and push down
same sleep mask same ending, blood smeared in drought brown.

There is still hope, you know
One can still awake
Our Mother gave us so much
we must not forsake

Must feed the spirit, deep from within
give back to our keeper, warm feeling growing
root reaches and grabs, human holding hands
power up the old movement of loving our land.

Guimas 20/04/2008