Vou dar uma curva
Nesta angustia que me aperta
já luta o meu coração
tento manter a mente desperta
mas esta revela-se coberta
com um manto duvidoso rasgado de emoção
Já estou mais que na idade
para acabar a faculdade
mas dentro desta cabeça
em tanta ideia que varia
há tanta coisa que passa,
mas nada que se pareça
ou tenha a ver com a engenharia
Prometi, mas mesmo que não o fizesse
Já tinha esse alvo em mente
Só me falta maior entrega
uma que não resulte em nega.
E não é falta de interesse,
não isso não me falta, de todo completamente
Foi o interesse que me pôs assim
nesta busca pelo saber
pela elevação de mim
e para me poder conhecer
Já nem consigo dormir direito
e como se não bastasse
mesmo que a minha cabeça parasse
não para o rebate no meu peito
Entre duas a terceira é forte
levanta o meu corpo da cama
olho nos olhos a morte
pois dela já não tenho medo
e mesmo que a vida ainda me guarde segredo
para alem deste degredo, desta sociedade que não ama
Estou gasto deste fosso
Entre a ciência e a espiritualidade
Ego preso ao desapego
De guardar qualquer emprego
Sob gente sem integridade
Vou para os lados de longe
talvez, quem sabe, até ser monge
embrenhar-me num caminho
em curva para o desconhecido
estar no tempo em remoinho
e achar-me la perdido
2 Comments:
A dualidade entre o dever e o direito, entre dois lados de um certo, entre a falta de tempo que engole a vontade e nos deixa divididos e apáticos. E no entanto, é tudo o mesmo.
A minha angustia é semelhante, a falta de carinho pelo próximo, dos seus sonhos e felicidades alheios...
Mas agora, estranhamente, sinto que tudo ficará em bem.
deus
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